Vilarinho das Furnas
Pedra sobre pedra de granito cresci,
Sobre pedra de granito repousei.
Pedra de granito sob o céu senti,
No granito sob o céu cantei.
Sob o céu e mergulhada na água morri,
De pedra mergulhada na água permaneço.
Mergulhada na água e na memória de granito desapareço,
Na voz e na memória silenciada de quem em mim vivia adormeço.
Na memória de granito de quem conheci renasço,
Pedra sobre pedra de granito te abraço.
Aldeia da Luz
Luz velha submersa, à pressa.
Devagar veio a desgraça,
De quem afoga as lembranças
Em Luz nova sem graça,
Sem calçada gasta,
Sem memórias de quem lá vive e passa.
Luz nova, sem pressa,
Assim é na planície inteira.
Há também quem assim a queira,
Terra e gente submersa.
4 comentários:
Excelente!
Gostei mesmo muito!
Não é "Vilarinho das Furnas"?
Abraço
Se poderes passa no meu blog.
Gostava que desses a tua opinião no post "Basta!"
Abraço
Tenho saudades da "velhinha" Luz. Fiz-lhe uma última visita no mês anterior ao fecho das comportas.
não sei porquê tanto saudosismo e nostalgia. não me digam que ainda não tinham reparado que o país está a meter água há séculos? desde bebé que apenas uso galochas.
cerelac com sabor a chispalhada é uma merda
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