segunda-feira, junho 11, 2007

Aldeias submersas

Vilarinho das Furnas

Pedra sobre pedra de granito cresci,

Sobre pedra de granito repousei.

Pedra de granito sob o céu senti,

No granito sob o céu cantei.

Sob o céu e mergulhada na água morri,

De pedra mergulhada na água permaneço.

Mergulhada na água e na memória de granito desapareço,

Na voz e na memória silenciada de quem em mim vivia adormeço.

Na memória de granito de quem conheci renasço,

Pedra sobre pedra de granito te abraço.






Aldeia da Luz

Luz velha submersa, à pressa.

Devagar veio a desgraça,

De quem afoga as lembranças

Em Luz nova sem graça,

Sem calçada gasta,

Sem memórias de quem lá vive e passa.

Luz nova, sem pressa,

Assim é na planície inteira.

Há também quem assim a queira,

Terra e gente submersa.