domingo, novembro 05, 2006

Porto em noite de lua cheia

O início de uma noite que se crê memorável começa com um jantar, em boa companhia, na Cufra - um restaurante situado na Avenida da Boavista, a maior do Porto. Ao entrar, deparo-me com uma sala a fervilhar de vida, cheia de gente bem disposta, falando alto, como se tratasse de um enorme jantar de família. Não hesitei em entrar. O atendimento foi pronto e a refeição não tardou a chegar. Gostava do que via, quando em cima da mesa pousou o pote de arroz de tamboril. Fiquei ainda mais deliciado assim que o saboreei. Talvez, só lhe faltasse um camarãozinho - esse bichinho delicioso que dá sempre um toque de classe a pratos de peixe. Terminado o jantar, segui em direcção à baixa, contornando o Porto pela foz e ribeira. O destino era o Pitch, um dos mais recentes espaços nocturnos do Porto, situado a escassos metros do Rivoli. Lá entrei, passando pelos habituais e incómodos "armários" que ficam à porta deste tipo de estabelecimentos. Logo do lado direito, estava o bar. A garganta já estava sêca há um bom bocado e não resisti a pedir uma bebida. Na escuridão da sala, repleta de gente, mas despida de qualquer adereço, destacava-se ao fundo a cabine iluminada do DJ, fazendo-me lembrar um altar de uma igreja. Porém, aqui os "santinhos" são poucos e dançavam com um copo na mão; a música não ecoava de um órgão celestial, mas de um gira discos a 45 ou 33 rotações. Na sala ouvia-se um house ou um techno, não tão minimal como o do Capela, no Bairro Alto. À medida que vou subindo as escadas que dão acesso ao piso superior do Pitch, a penumbra vai dando lugar a um ambiente de suave luminosidade, mais colorido e desafogado. A sala transfigura-se por completo, e tem agora uma decoração retro, em tons de Outono, com alguns sofás e candeeiros encostados a paredes e janelas. A música também acompanha a mudança, mas o gira-discos permanece inabalável. Nesta sala a agulha dá lustro a vinil de outros tempos - blues, funk e disco dos anos 60 e 70. É a loucura: "Uuuh, uuuh, shake it babe, shake it!!!". Começo a dançar alegremente e eis que me encontro comigo mesmo, transformando-me num matraquilho muito irrequieto. ah! ah! ah!
Do Pitch, segui para o cais de Gaia e daqui subi à Serra do Pilar. Neste percurso fui recolhendo algumas fotografias, tirando partido da luz da lua cheia.
Não há mais nada a dizer. As imagens falam por si.

O matreco está maravilhado com o Porto!!

Cliquem nas fotos para ampliá-las.